"Uma vida não basta apenas para ser vivida: também precisa ser sonhada."

terça-feira, 26 de abril de 2011

Do Sexo Frágil

Sentada na janela, cigarro entre os dedos, queimando em vão. Taça de vinho na outra mão, ela pensa na noite que ainda não acabara.

No cd player rodava qualquer música de um rapper americano qualquer. Entre os cd's, na estante, Maria Rita. Estava para pegá-lo quando um homem entrou na sala "é da minha mulher.". Prontamente, devolveu o cd ao seu lugar e sentou-se no sofá, acompanhando-o.

Aceitou seu drink, pegou um cigarro e o isqueiro e, novamente, ouviu a voz masculina "a minha mulher não gosta que fumem aqui dentro..." e devolveu também estes aos seus lugares.

Ele começou o papo. Ela chegou mais perto. Ele deu-lhe um beijo tímido. Ela puxou um beijo quente. Ele ia devagar. Ela apressava as coisas. Depois do ato consumado, ele trocou o cd, outro qualquer, e foi trocar de roupa - aquela iria direto para a máquina, a mulher não podia desconfiar do cheiro.

Ela sabia onde era a porta de entrada. Que também era de saída.

Agora, sentada na janela, fumando um cigarro e tomando uma taça de vinho, ela ria-se, imaginando o homem, patético, voltando à sala, de roupas limpas, a procurar vestígios que a querida mulher pudesse encontrar.

Homens. Tão fortes...

Um comentário:

Brainstorm disse...

Tão previsíveis...