"Uma vida não basta apenas para ser vivida: também precisa ser sonhada."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Filhos. "Melhor não tê-los. Mas se não os temos..." Melhor não tê-los?

Vendo um post da minha afilhada (meu deus, que lindo isso!), Mel, confesso que fiquei meio assustada. Como assim vocês não querem ter filhos? Não me entendam mal, eu compreendo que hajam pessoas que não queiram ter filhos. E aceito isso. Sem problema nenhum. Mas eu não posso conceber que certas pessoas não tenham filhos. Porque são pessoas incríveis. De valores impressionantes e educação sem igual. Valores e educação que precisam ter continuidade, mesmo depois de suas partidas.

Porque a vontade de ter filhos, de pessoas maduras (que não sejam meninas de 15 anos querendo uma bonequinha para brincar), é, no íntimo, uma perseguição da imortalidade. Todos morremos. O ser humano tem uma dificuldade absurda para lidar com essa verdade. Quando temos filhos, os criamos à nossa semelhança (sim, brincamos de Deus - católico). Passamos adiante nossos valores, nossas crenças, nossa visão.

Vemos nesses pequenos seres, uma continuação de nós mesmos. Têm traços psicológicos, emocionais e comportamentais semelhantes aos nossos. E, quando biológicos, são parecidos até fisicamente conosco (que mãe/pai nunca morreu de orgulho ao ouvir "é a tua cara", e nunca teve crises de desgosto ao ouvir "mas é a cara - do outro"?).

Depois de termos filhos, temos a certeza de que uma parte de nós fica no mundo quando o deixamos. Conscientemente, compartilhamos o melhor de nós. Inconscientemente, compartilhamos, também, o pior. Vemos, neles, uma segunda chance. De nos consertarmos. Deixamos (tentamos deixar) os defeitos de lado, e ensinamos o que gostaríamos de ser. "Te comporta!" "Te senta direito!" "Não bate no colega!" (Quem nunca quis bater no colega? Ou no vizinho? Ou no marido/esposa? Ou num desconhecido, mesmo?) "Vai estudar!" E por aí vai... Inúmeras vezes ouve-se de uma mãe/pai "Eu não tive oportunidade de [...], então quero que meu filho possa fazê-lo/tê-lo/sê-lo".

Sempre achei "fazer" filhos um ato completamente egoísta. Sim. Eu. Ironias. Mas, ninguém adota uma criança por achar estar fazendo bem para a criança. Ninguém adota uma criança para tirá-la dos abrigos desumanos, dos maus-tratos. Ninguém adota uma criança por pensar na injusta vida dela, sem amor de pai/mãe. As pessoas adotam crianças porque querem ter filhos. Fazem-no através de adoção talvez por todos esses motivos e/ou outros mais. Mas o primeiro passo para a adoção é, sim, egoísta.

Aquela busca pela imortalidade. Aquela ânsia de viver na Terra, mesmo depois da morte. Aquela crença em uma segunda chance. Estão presentes em qualquer tipo de paternidade/maternidade. Temos filhos (ou os queremos) por nos amarmos o suficiente para acreditarmos que merecemos.

Filhos somos nós. Melhorados. Fora de nós, para que possamos ver melhor os defeitos, e tentar corrigi-los. E para que possamos morder, beijar, amassar, cobrar tudo isso e fazer chantagem emocional mais tarde. rsrsrsrs

Um comentário:

Brainstorm disse...

Concordo plenamente que ser pai/mãe eh nosso maior ato de egoísmo...
Nosso naquelas neah, naum sei se terei filhos, olha a destrambelhada ke sou.. Acho ke mandam me prender se eu botar uma outra Naty no mundo... =P